top of page

Amor sazonal


É incrível como hoje em dia as prioridades das pessoas mudam consoante as estações do ano. Como diz o escritor Luís Diogo: "As pessoas que vêem vantagens, em ser solteiras durante o Verão, são as mesmas que não conseguem manter esse estado civil no Inverno." Qual será o fator que desencadeia este comportamento? Talvez o sol e o calor despertem o amor-próprio e a vontade de ter liberdade. Talvez o frio despolete a carência do aconchego de alguém. Parece não se dar tanta importância ao exterior físico, mas sim a quem tem mais compatibilidade e conexão mentais, que estão muitas vezes disfarçadas na carência emocional e/ou física. É cada vez mais comum vermos pessoas emaranhadas neste tipo de ciclos. E o mais triste é que, na grande maioria das vezes, apenas o fazem para não estar sós, chegando mesmo a ser desleais aos padrões que antes consideravam imprescindíveis. Deixam-se vencer pela necessidade de afeto, baixam o nível de exigência e geralmente iniciam o Verão de coração partido, pois afinal a "paixão de Inverno" não era quem esperavam (aliás nunca foi). No Verão correm tudo para curar as mágoas. Remendam o coração nas festas, bares, praias, só querem "vida loca". Mas o ciclo é interrompido quando a melhor amiga (ou o melhor amigo) conhece alguém e começa uma relação. Esse fator, associado às estações do ano que se seguem (Outono e Inverno - com ritmos, geralmente, mais calmos), influenciam o estado de espírito e favorecem a continuidade deste ciclo porque evidenciam a sensibilidade à solidão. Quando o Inverno chega, acinzenta o céu, traz a chuva e a introspeção inunda-nos mais do que nunca. Passamos a ver todos os dias como se fossem madrugadas. As mágoas passadas vêm ao de cima e flutuam na nossa mente, originando um remoinho que desperta antigas carências e até uma certa "inveja boa" das pessoas que têm companhia. Nesta fase, as pessoas adeptas (ou vítimas) dos ciclos de amor sazonal, voltam a ter a necessidade de se relacionar amorosamente com alguém pelas razões erradas. Passados alguns meses, voltam a chegar à mesma conclusão, ou a ter a mesma necessidade de "leveza", e terminam a relação. Mais uma vez andam "de roda no ar" e voltam a perder-se em distrações supérfluas enquanto apanham cada caco do seu coração e o tentam reconstruir com as aspirações de potenciais amores que tendem a revelar-se ocos. As estações vão passando, mudando. Já o mesmo não acontece com algumas pessoas. E reiniciam, vezes sem fim, este ciclo de indecisões e compensações também infinitas, que não passam de perspectivas ilusórias do verdadeiro amor e que nunca as farão sentir afetivamente realizadas. Não há qualquer problema em sair e divertir-se. Muito menos em terminar relações que não nos são benéficas. O erro aqui é o tão comum cliché da incapacidade de estar só e de colocar a felicidade e expectativas à responsabilidade do outro. Essa é a crucial razão pela qual se deve aprender a desfrutar da própria companhia e criar a própria felicidade. Desta forma, quando a pessoa certa chegar, não será uma adição essencial, mas sim um bónus. Até ao próximo texto! Beijinhos! Origem da foto: Pixabay Edição: Elisabete Pereira

 A blogger: 

Introvertida aspirante a escritora que tende a confiar mais no papel do que nas pessoas. Apreciadora de produtos de beleza, música que arrepia, trocadilhos e clichés, ela sonha viajar pelo mundo e conhecer lugares que lhe alimentem a inspiração, o saber e a alma.

Liz Pereira
 Fica a par das novidades 

Coloca aqui o teu email

E fica a par de todas as novidades!

 Arquivo: 
 POSTS recentes: 
 Instagram: @lizpereirablog 
 procurar por TAGS: 
Nenhum tag.
bottom of page